O termo storytelling se tornou comum no marketing faz alguns anos. Mas que bicho é esse? Do que se alimenta? Onde vive? Continue lendo e você vai descobrir.
O marketing adotou a técnica de contar histórias por um motivo muito simples, porém extremamente relevante: o marketing é feito para pessoas, e as pessoas gostam de histórias. E ao contar narrativas emocionantes conseguimos captar o interesse do nosso público, de uma forma que nenhum outro conteúdo é capaz. Em outro artigo que publiquei aqui, falei de gatilhos mentais e como nosso cérebro é receptivo a eles. O storytelling é um dos mais, se não for o mais eficiente. Ao utilizar o recurso no marketing de conteúdo de sua empresa, o engajamento da sua audiência aumenta e você criará um vínculo que lhe dará autoridade na sua área. A venda do seu produto ou serviço se torna muito mais fácil quando as pessoas confiam em você e sabem que você realmente resolve o problema de seu público. Vale muito a pena saber mais sobre storytelling e como utilizar no marketing, pois isso vai trazer resultados positivos. Neste artigo vou dar exemplos e ensinar como você pode utilizar o storytelling para cativar sua audiência.
Mas por que é tão bom?
Mas antes vou explicar porque contar histórias causa tanto impacto. Milhares de anos antes da invenção da escrita, as pessoas compartilhavam entre si histórias, que ensinavam, que davam lições e também entretinham. Hoje, milhares de anos depois da invenção da escrita as histórias ainda tem o mesmo papel e importância. O ser humano é curioso por natureza, e quando começamos a ouvir/ver ou ler uma história somos pescados pelo desejo de saber como termina. Obviamente algumas histórias são mais bem sucedidas do que outras. Mas neste artigo vou te ajudar a criar a sua própria história de forma efetiva.
O antropólogo Joseph Campbell pesquisou durante anos os mitos de vários povos espalhados pelo mundo. E ele chegou a conclusão que existiam muitas similaridades entre diversas histórias de povos antigos que nunca haviam se visto antes. Foi assim que ele chegou até a jornada do herói, uma estrutura narrativa que engaja qualquer audiência, pois está presente em nosso inconsciente. Inúmeros filmes e livros usam essa estrutura e você nem sabia. Eu não vou me aprofundar nessa estrutura, pois ela não é a única, mesmo sendo uma das mais eficientes. Vou apresentar um modelo que eu mesmo criei, baseado na jornada do herói e em outras fórmulas.
E como utilizar?
Recentemente publiquei um vídeo onde explico que na estratégia de funil de vendas os primeiros conteúdos devem ser de atração. Nesse tipo de conteúdo você apresenta sua empresa, como começou e para onde vai e o público vai decidir se segue com você nessa jornada. Por isso é importante causar uma boa primeira impressão. E com o storytelling você emociona e cativa o público, facilitando para que ele queria continuar consumindo seu conteúdo. Se quiser assistir o vídeo antes de continuar o artigo, clique aqui.
Agora vou explicar como aplicar a técnica para contar uma história que vai impactar seu público. Mas antes alguns pontos que você precisa ter em mente. Eles são essenciais.
- Conheça bem seu público-alvo. Você precisa saber para quem você vai falar, para então decidir o que e como falar. E esse entendimento sobre seu público precisa ser constante.
- Sua história precisa ser autêntica. Se quiser inventar uma, tudo bem. Mas deixe claro que você está criando uma ficção para exemplificar sua mensagem. Não diga que você passou por algo que não aconteceu, pega muito mal.
- Estruture sua história já sabendo como será o final. Você precisa ter em mente que o storytelling no marketing precisa ter um propósito. Não é contar por contar. É essencial que sua história tenha uma “moral” no fim. Uma grande lição.
- Use muitos fatos, dados estatísticos, números, exemplos reais, depoimentos, estudos de caso, etc. Tudo isso vai dar mais credibilidade e gerar identificação. Não é porque é uma história que ela não precisa estar firmemente embasada na realidade (mesmo sendo uma ficção).
Dito isso, agora vou apresentar uma fórmula que desenvolvi para contar histórias. Existe apenas um jeito de fazer? não! Existe um certo e um errado? Não, só o que funciona bem e o que não funciona. Essa fórmula serve para te ajudar a ter um rumo a seguir, mas você pode criar novos jeitos de contar uma história. Lembre-se que vou apresentar aqui uma estrutura. Dentro dela você coloca os seus fatos. Como falei antes de conteúdo de atração, estou sugerindo o storytelling para apresentar sua empresa, mas você vai perceber que a técnica pode ser usada no seu conteúdo em diversos outros momentos. Vamos lá.
O LUGAR COMUM
O início é quando tudo é monótono, comum e repetitivo. Você está em um emprego ruim há muitos anos, ou vive mudando de emprego, ou está a um bom tempo desempregado. Não importa, é aquele lugar desagradável, mas que você já está acostumado a ficar ali.
Ponto de virada: alguma coisa lhe dá um estalo de que não dá mais para continuar assim. Algo precisa mudar. Você cansou, ou as pessoas ao teu redor te deram um cutucão, a falta de dinheiro te forçou, enfim…algo te abriu os olhos de que aquele lugar comum precisava mudar.
OS DESAFIOS
Aqui é o meio da história, a parte mais empolgante. Pois depois do ponto da virada, você teve que tomar uma atitude (fazer um curso, vender tudo que tinha, mudar de cidade) para então colocar em prática um novo plano de vida. Você largou o velho emprego que não dava satisfação e resolveu investir naquilo que você sempre gostou. Mas não vai ser fácil, nunca é. Daí surgem os desafios que você vai vencer (não sabia registrar um cnpj, mas pesquisei no Google e descobri), aqueles que vai perder (precisava de um capital inicial e nenhum banco me concedeu, tive que ir com o que eu tinha mesmo), e também surgem aliados (precisei criar minha marca e a agência de um amigo me deu uma força). Você pode até perder todos os desafios, cair em todos. Mas eles te ensinaram alguma coisa não é? Por isso digo que é a parte mais legal da narrativa. Ao contar sua história invista em bastante emoção nesta parte. A todo momento você vai cair, vai levantar, coisas inesperadas vão acontecer, amigos e inimigos surgirão de onde menos se espera.
Ponto de virada: chega um momento que você percebe que está chegando perto de seu objetivo, que depois de vários percalços, seu plano está fluindo. Você ainda não alcançou o sucesso, mas parece estar no rumo certo.
A CONCLUSÃO
Apesar do nome, aqui não é o fim da história, apenas a conclusão de uma etapa. É o final do episódio, não o final da série/novela. Você chegou a um ponto desejável. Aconteceu uma transformação notável desde que você saiu do lugar comum, passou e venceu os desafios (e perdeu alguns também) e chegou até o momento em que está contando a história. Agora é o momento de projetar o futuro, mostrar que você tinha um objetivo, e o conquistou. Mas agora é hora de continuar buscando novos desafios, ou de se aperfeiçoar, buscar novos rumos. E quem se identificou com sua jornada vai poder escolher seguir junto com você nesse futuro promissor. Na conclusão use sempre uma chamada de ação, pois você quer o seu público lhe acompanhando em novos conteúdos. Se você está usando a história como conteúdo de atração, ainda não é o momento de vender nada.
A sua história pode e deve ser ilustrada com imagens, vídeos, exemplos, músicas…tudo isso vai deixar sua mensagem mais eficiente. Se estiver muito inseguro para começar, siga o modelo de alguma história que você já conhece, mas preencha com o seu conteúdo exclusivo. Exercite sua criatividade. O storytelling precisa ser trabalhado, ele não nasce pronto. Mas se você investir tempo para aprimorar suas histórias, os resultados vão aparecer e você vai engajar mais a sua audiência. Leve seu leitor por uma jornada cativante, surpreendente, única e emocionante.
Pretendo fazer mais conteúdos sobre storytelling, pois é algo que sou apaixonado. Gosto de consumir todo tipo de história, e de fazer as minhas também, quando escrevo meus contos por hobby.
Se você tem interesse em saber mais me diga. Vai ser um prazer trocar uma ideia sobre isso.
Tudo de bom
Ricardo Reis